domingo, 22 de março de 2009



Como jornalista e radialista, sou um apaixonado pela palavra e por conta disso adentrei, sem defesas, ao mundo das palavras, à partir da palavra-ouvida, antes mesmo da palavra lida ou da palavra escrita. Da primeira palavra até agora, incalculáveis vocabulários passaram por mim e tão logo descobri as palavras fiz, e faço, uso constante delas, uma vez que, como não poderia deixar de ser, como profissional da palavra, tenho que estar ligado a ela. Mas é preciso lembrar que a vida da palavra não é de uso exclusivo dos professores de português, como muitos pensam, pois a palavra, na minha opinião é solidária e é livre. Livre de credo, de cor, de classe social e de nacionalidade e também é livre de partido político. É bem verdade que nem todos fazem bom uso das palavras, já que as usam, muitas vezes, para ofender e declarar guerra, machucando muita gente. Outros, como os poetas os romancistas, os cronistas, os artistas e tantos outros, enfim, esses fazem bom uso das palavras e não só nos levam à reflexão, como nos fazem sorrir, chorar e, antes de tudo, sonhar, viver e reviver à partir da palavra lida, da escrita e à partir da palavra vida e usam a ferramenta – palavra como ninguém. O que seríamos nós sem as pedras no caminho? E o que seríamos nós, sem a palavra? Nesses casos, a vida da palavra se confunde com a própria palavra vida. Como podemos nos esquecer de determinadas palavras proferidas ao longo da humanidade? Como esquecer “diga ao povo que fico?” ou como esquecer “eu te amo?”. Essas frases são feitas de palavras e também nós, seres humanos, de certa forma, somos feitos de palavras. Até mesmo os que não podem falar transmitem a nós e a outros, por gestos, suas palavras. A palavra é poesia, é música, é funeral, é harmonia e é carnaval. Assim podemos afirmar, que a palavra é uma invenção divina, ou melhor, é uma invenção do homem a fim de se perpetuar, já que os homens passarão mas as palavras permanecem. É verdade, a palavra nasce, cresce, se desenvolve, cria asas e voa por caminhos inimagináveis e se transforma e vive e também sofre. Muitas das vezes, nós não nos damos conta da importância da palavra em nossas vidas, às vezes, pela pressa; às vezes, pela calmaria. Não há depressão que resista a uma boa leitura, a uma boa conversa, mesmo que a tecnologia avance e surjam os
 e-mails, os blogs, lá está ela, a palavra para servir de matéria prima aos nossos sentimentos. A palavra é escrita, é falada, é vida boa, é vida de palavras. Dessa forma, e de várias outras, digo, que até aqui, sou o que sou porque a palavra assim quis. Devo à palavra a minha vida, pois admiro a leitura, admiro as artes, admiro falar, de uma forma geral respeito o ser humano no que ele tem de bom e no que ele tem de palavra a me oferecer.
Portanto, sou um amante da palavra e vou viver até os últimos momentos de minha vida através dela - a PALAVRA!

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