
A escalada do conflito de raízes fisiológicas, travado entre PT e PMDB, em torno de vagas e verbas na administração direta e em estatais, ganha dimensões preocupantes.
Como, nos últimos oito anos — com destaque para os quatro finais —, o PMDB e legendas menores da base se acostumaram ao toma lá dá cá com o Planalto, num mercado de trocas de acesso a verbas e cargos por apoio no Congresso, peemedebistas têm ido com avidez redobrada sobre este butim, anabolizados pelo fato de estarem representados na vice-presidência, com Michel Temer.
Os petistas, por sua vez, demonstram estar bastante mais ousados na busca pelo controle de áreas do governo, agora com a ausência de Lula em Brasília, líder supremo do partido, único capaz de domar os mais ferozes interesses existentes na legenda.
Sem ele, é como se os leões do circo ficassem sem domador e fora da jaula. Alguém precisa pegar o chicote, para enfrentar estas e outras feras.
Pode ser que tudo não passe de um momento de readaptação de todo o país a um governo em que o presidente governa trabalhando em gabinete, e não de cima de púlpitos.
Mas não é agradável a impressão de um Planalto inerte, sob o cerco de toda a sorte de interesses, geralmente inspirados pela cultura do baixo clero da política.
Como em governos anteriores, partidos, PMDB à frente, praticam a chantagem de ameaçar votar contra o Planalto em matérias de grande impacto nas finanças públicas — salário mínimo é o alvo predileto —, se não conseguirem empregar quem querem, no lugar que desejam. De preferência, onde há muitos bilhões de reais para gastar. Fazem bonito para a arquibancada e, de fato, atemorizam autoridades.
Fonte: blog do Ricardo do Noblat, citando Editorial do Jonal O Globo
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